domingo, 13 de setembro de 2015

Caçadora de Unicórnios de Diana Peterfreund

Série: A Ordem da Leoa
ISBN: 9788501098603
Tradutor: Regiane Winarski
Ano: 2013
Páginas: 364
Editora: Galera Record
Pontuação:  ♥ ♥ ♥  ♥ 
Esqueça a lenda. Unicórnios não são fofinhos. Nem alados. Muito pelo contrário: são cruéis, carnívoros e venenosos. É o que Astrid cansou de ouvir de sua, digamos, "um pouco obcecada" mãe. Ao que parece, as duas fazem parte de uma longa linhagem de caçadoras de unicórnios, descendentes de Alexandre, o Grande. Ah, e o Bucéfalo? O famoso cavalo do mais temido conquistador da história? Sim, você adivinhou... Unicórnio. Claro que Astrid costumava zombar dessas excêntricas histórias - até que o namorado foi atacado por um... pônei com chifre? E salvo do estranho veneno por uma droga milenar, um remédio mítico feito à base de unicórnios e guardado com zelo insano pela mãe de Astrid. Por isso, agora ela está indo para um claustro em Roma. Um antigo centro de treinamento para caçadoras. No entanto, na antiga Ordem da Leoa, nem tudo é o que parece. Fora de seus muros, os unicórnios esperam para atacar. E dentro, Astrid enfrenta outras ameaças inesperadas: paredes cobertas de troféus de caça vibram com um poder terrível, as outras caçadoras, e até mesmo seus patrocinadores sugerem intenções escusas; mas o mais perigoso talvez seja a atração crescente por um estudante de arte... uma atração que pode pôr tudo a perder...

Um fato sobre unicórnios: eles são mortais. Imagine se deparar com verdadeiros monstros, com afiados e venenosos alicórnios (o tal do chifre), sede de sangue e uma fome insaciável por... bem, você sabe: todo tipo de carne (sim, incluindo a humana).

Astrid não acredita neles. Aliás, ela os odeia. De tanto sua mãe, Lilith, falar sobre os tais sanguinários unicórnios ela realmente não consegue os enxergar como as pessoas os veem: purpurinados, com chifres reluzentes, caminhando sobre arco-íris e deixando um rastro de luz por onde quer que passem. E apesar de não acreditar nas terríveis e absurdas histórias da mãe sobre os nada fofos unicórnios, pelo menos eles estão extintos há muito tempo. É o que parece, até que relatos de desaparecimentos e mortes surgem, e Astrid se vê obrigada a, repentinamente, abandonar tudo (escola, amigos e um namoro mal sucedido) para ir até Roma e lá se tornar uma Caçadora de Unicórnios.
Nada de asas translúcidas. Ou relinchos suaves como o tilintar de sinos. Os unicórnios são bestas venenosas, comedoras de carne humana. Seu chifre, uma espada sempre pronta para o combate. Só um detalhe da lenda parece ser verdadeiro... Apenas virgens podem se aproximar desses monstros. Mas é preciso muito mais que um belo sorriso para matá-los. Muito... muito mais. Ainda bem que estão extintos há mais de um século...
Será?
Sempre fui fascinada pelas lendas e histórias envolvendo unicórnios, e tirando alguns contos ou filmes, nunca havia lido nenhum livro com o tema. Sempre os imaginei como seres bondosos e cheios de luz, que trazem mensagens de sabedoria ou que "iluminam" o caminho para a mocinha achar seu verdadeiro destino e blá blá blá. Mas nunca os havia visto ou imaginado assim como Diana Peterfreund nos apresenta em seu livro, Caçadora de Unicórnios. E confesso: adorei o resultado. Em sua história, narrada por Astrid, a autora utiliza de diversos pontos para tornar sua trama muito interessante. E o fato de os unicórnios serem verdadeiros monstros, sedentos por sangue dá um toque bem bacana à trama.

As caçadoras são descendentes do famoso Alexandreo Grande, rei da Macedônia. E você se lembra ou já ouviu falar de seu inseparável cavalo de guerra? Pois foi montado em Bucéfalo que Alexandre construiu um dos maiores impérios da história. E aí vem a bomba: Bucéfalo era um unicórnio. Aliás, mais precisamente, um Karkadann. Há cinco espécies deles: zhikirinre'emeinhorn karkadann.
Os zhis eram o menor tipo. Eu não conseguia imaginar tentar lidar com nada maior. Minha mãe disse que um karkadann era do tamanho de um elefante. pág. 29 
Apesar do começo ser um tanto lento, a história se desenrola de uma forma que me prendeu. Achei sinceramente que não iria gostar do livro, mas no fim acabei adorando! Gostei bastante do modo como Diana introduziu o tema e personagens, e o modo como conduziu a trama. O livro está cheio de referências históricas e mitológicas que misturam ficção e realidade de uma forma muito bem elaborada, criando o clima certo para o livro.

A narrativa é bem gostosa, e no fim das contas me fisgou. Um dos pontos que mais gostei, foram as cenas de batalha. As caçadoras enfrentando os unicórnios, em diversas passagens do livro, foi muito show. E foi justamente este ponto que me fez decididamente gostar do livro. A autora não poupa imaginação na ação! É sangue para todo lado, mortes e muitos feridos. Além disso há romance e mistério na dose certa!
E ali, no espaço entre as batidas do coração, eu senti. Não um som, uma visão ou um sentimento, mas uma combinação dos três. Seria o sussurro de uma respiração ou um vislumbre de escuridão em meio às sombras da colina? Seria o ar, com um leve aroma de brasas e decomposição? Seria a sensação da noite na floresta da minha cidade, onde eu soube que algo me observava, ignorei e paguei o preço? pág. 78
Também gostei muito de diversos personagens (aliás, o livro tem muitos) e suas diferentes personalidades! Principalmente achei muito interessante as caçadoras. O modo como lutam e desenvolvem suas habilidades foi um dos pontos fortes do livro (além do espetáculo a parte dos unicórnios). 

Gostei da Astrid e me surpreendi ao ver ela se transformando de menina assustada e um pouco mimada à mulher forte e guerreira! De longe achei a mais forte e determinada, apesar de não gostar muito de toda esta história de caça e unicórnios. A Philippa, prima de Astrid merece grande destaque também! A moça não tem medo de ser quem é, de lutar pelo que acredita e de se arriscar. Todas as demais caçadoras são incríveis também, cada qual com suas habilidades, mas gostei muito de Cory e sua personalidade rebelde e intensa E fiquei triste com sua história, que nos mostra a crueldade irracional dos monstros com os quais as caçadoras estão lutando. E para finalizar:Giovanni, o mocinho e par romântico de Astrid. Achei que ele não acrescentou muito à história, mas gostei de sua doçura, calma e o modo como o relacionamento dos dois se desenvolveu.

E como fiquei bem envolvida com a leitura, e como eu sou curiosa por natureza, depois de seu término resolvi fazer uma pesquisa e achei diversas informações interessantes sobre os unicórnios e suas lendas. Inclusive, no próprio site da autora há informações sobre o assunto e suas pesquisas para o livro. E achei bem interessante como a lenda dos unicórnios têm referências no mundo inteiro, de diversas formas. Será que existiram um dia?

Enfim, de forma geral, gostei bastante do livro! Com boas cenas de luta (que não tem economia de sangue) e uma história bem desenvolvida, Caçadora de Unicórnios é uma ótima pedida para quem gosta de livros de aventura e fantasia moderna. 

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