quinta-feira, 29 de outubro de 2015

CRÍTICA DE FILME - GRACE DE MÔNACO

 Rafael Mendonça 
grace post

 ”Grace de Mônaco” é inspirado num breve momento da vida de Grace Kelly, a endeusada musa de Alfred Hitchcock, vencedora de um Oscar e muito querida por seus fãs em sua época. Não tomando partida a ser um filme biográfico, logo no começo deste, o diretor Olivier Dahan (Piaf – Um hino ao amor) nos avisa que a obra é referenciada ao momento, não se baseando totalmente em pequenos (ou grandes) fatos. Mas tal ”liberdade” não garantiu o sucesso do filme, que chega ao Brasil neste dia trinta de Outubro (2015). Este, toma posse do momento em que Grace Kelly (Nicole Kidman), musa de Hollywood, se casa com o príncipe de Mônaco, Rainier III (Tim Roth), e no filme, o ato é retratado com uma total perda de rumo da ex-atriz, andando por seus imensos salões, cuidando dos filhos, sem um aparente objetivo e propósito. Diante disso, Alfred Hitchcock (Roger Ashton-Griffiths) chega ao seu alcance novamente, e a oferece um novo papel no Cinema. Mesmo com as desavenças políticas que seu marido enfrenta, ou seja, uma ‘luta’ ideológica com De Gaulle (André Penvern), um presidente da França que quer fazer de Mônaco uma província francesa, Grace se afasta de suas tarefas do reino e embarca novamente na tarefa do Cinema, esta qual foi primeiramente aceita por seu marido e depois recusada, sem motivo aparente. E o longa permanece nessas trocas de objetivos: não querendo retratar uma biografia nem um momento histórico, mas nem mesmo criando um belo drama ou armando uma história consistente. Isso porque o filme apenas tem como ponto positivo seu visual: sim, os palácios, maquiagem, paisagens e figurinos são ótimos, criando uma aura de conto de fadas realmente, modo do qual o fato da união de Grace e Rainier III foi interpretado na época. Mas o filme praticamente peca em todos os outros sentidos: a trilha sonora apenas esta lá para, forçadamente, evocar emoções no telespectador, as atuações não são plausíveis, o excesso de ”close” (movimento de câmera que aproxima o zoom na cena) é cansativo, e vários instantes são perceptivelmente óbvios, não tendo um ponto central na trama, certas ações não enganam o telespectador, como as exageradas atuações na tentativa de intensificar a dramatização dos atos, que no fundo são vazios. Salvo a ideia de embelezar o título, com os recursos já ditos, ”Grace de Mônaco” é belo por fora, em todos seus espaços e ‘enfeites’, mas superficial por dentro, em seu enredo ou ideia, tendo sido criticado negativamente pela própria família de Grace Kelly.


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