segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Livro: Blaze


Blazecat
Título Original: Blaze
Título Traduzido: Ainda sem tradução no Brasil
Ano de Publicação: 2007
Páginas: 304 (Scribner, 2007)
Data de Publicação nos EUA: 12/06/2007
Personagens: Clayton Blaisdell, Jr., George Rackley, Joe Gerard IV
Conexões: Quatro Estações, A História de Lisey
Sinopse/Crítica
No mais recente “Bachman Book” pulbicado pela Scribner, e ainda inédito no Brasil, Clayton Blaisdell, Jr (Blaze) é um golpista que tem problemas mentais e que, motivado pelo ultimo desejo do seu falecido ex parceiro de golpes, George Rackley, sequestra o bebê de um milionário no que seria um último grande golpe da carreira dos outrora dois parceiros. Assombrado pelo “fantasma” (ou pela sua própria consciência, disfarçada de George) do seu ex-parceiro de crimes, Blaze leva adiante o sequestro e se vê cercado pelos policiais do FBI em uma caçada alucinante. O inesperado acontece, quando Blaze acaba se vendo apegado ao bebê.
A primeira opinião que tive ao terminar de ler “Blaze” (que, posso dizer com toda convicção: É um dos melhores livros de Stephen King/Richard Bachman que já li) foi que trata-se de um livro extremamente pesado, do ponto de vista sentimentalista (triste seria o termo mais correto). Blaze não é apenas mais um vilão do típico romance policial que envolve roubo, estelionato e assassinato. Muito pelo contrário. Devido a sua natureza problemática e sua forma quase “inocente” de encarar o mundo, o leitor acaba enxergando Blaze mais como uma espécie de anti-herói pós moderno do que como um vilão. É mais fácil se sentir apegado a ele do que sentir repulsa pelos seus atos criminosos, por mais grosseiros e ofensivos que sejam (e isso inclui assalto a mão armada, sequestro, golpes e inúmeros outros crimes praticados pelo personagem principal). É fácil entender esse ponto de vista quando nos pegamos envolvidos pela fluidez do texto de King e pelo modo como é mostrada a visão de mundo do próprio Blaze (cheguei ao ponto de torcer pelo “bandido” no momento em que ocorria a caça alucinada do FBI por ele), nesse Bachman book diferente dos quais estamos acostumados. Blaze não faz as coisas que faz apenas por ser mal. Na verdade, do ponto de vista crítico, ele sequer é mal. Blaze é apenas um produto do meio. Trocando em miúdos, trata-se de um homem que teve uma infância problemática e que cresceu sob a influência das pessoas erradas. Isso fez com que o coitado do Blaze, que já não batia bem das ideias mas que tinha tudo para se tornar uma boa pessoa, acabasse se afogando em um mundo completamente hostil e corrompido.
Ao passo em que comete seus crimes sua própria consciência (representada aqui pela imagem do falecido parceiro de crimes, George Rackley) tenta alertá-lo sobre a gravidade e as consequencias dos seus atos, numa verdadeira “luta interior” sobre a posse de sua racionalidade.
Blaze foi a última novela escrita pelo fictício Richard Bachman (pseudônimo que King utilizou para publicar alguns dos seus trabalhos por motivos que o próprio autor cita no prefácio de “Os Livros de Bachman”). Foi escrita antes mesmo do seu romance mais conhecido, Carrie, segundo o próprio King conta em mais um dos seus longos prefácios antes do romance em questão, entre o fim de 1972 e inicio de 1973. Passou mais de trinta anos engavetado, até que Marsha, uma das duas assistentes pessoais de King, achou o manuscrito na biblioteca Fogler. King optou então por reescrever e melhorar algumas coisas no romance para poder finalmente publicá-lo.

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