The DUFF, de Ari Sandel 
De tempos em tempos, a comédia colegial americana é capaz de produzir exemplares que reavaliam os populares e os perdedores como estereótipos ao mesmo instante em que se apropria de alguma tendência da vez. Vencedor em 2007 do Oscar de Melhor Curta-Metragem por “West Bank Story”, Ari Sandel não chega aos pés de uma Amy Heckerling, mas também não se contenta com pouco em “D.U.F.F. – Você Conhece, Tem ou É”.
D.U.F.F. não é um rótulo dos mais populares no Brasil. Significa designated ugly fat friend. Ou melhor, aquele estudante abraçado por um pequeno grupo de amigos íntimos por não possuir atributos físicos, o que acarreta em uma presença que somente acentua as virtudes daqueles que são suas principais companhias.
É exatamente como se vê Bianca (a sempre simpática Mae Whitman) ao ser alertada pelo seu vizinho saradão Wesley (Robbie Amell) de que é tratada como uma D.U.F.F. por Jess (Skyler Samuels) e Casey (Bianca A. Santos). Com jeito descolado de se vestir, aplicada nas matérias mais difíceis e fanática por filmes de terror, Bianca é mesmo diferente da aspirante a estilista (e linda) Jess e da hacker (e linda) Casey.
Mesmo que esse modelo de ambiente escolar nos provoque apatia por não se comunicar com aquele que de fato vivemos, “D.U.F.F.” é ao menos sincero quando prega a importância em preservar a nossa própria autenticidade, uma constatação que dialoga com os adolescentes e os inúmeros dilemas que atravessam na formação da identidade. Além do mais, é bacana que o texto consiga reconhecer que há pessoas bem-intencionadas no interior de corpos bem apresentáveis, como se vê no amparo à distância para Bianca mediado por Jess e Casey após um rompimento hilário, que inclui uma série de amizades desfeitas em redes sociais.