sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Resenha Crítica | Saint Amour: Na Rota do Vinho (2016)

Saint Amour, de Benoît Delépine e Gustave Kervern
A dupla de realizadores Benoît Delépine e Gustave Kervern é conhecida no circuito alternativo do país por “Mamute” e “A Grande Noite”, longas que evidenciam o seu espírito um tanto iconoclasta. No primeiro, há um Gérard Depardieu colocando o pé na estrada e dando fim a uma existência careta na busca por uma papelada para obter a aposentadoria. No outro, há o vendedor certinho feito por Albert Dupontel que ao pouco se deixa contaminar pelo seu irmão punk vivido por Benoît Poelvoorde.
Na comparação, o novo “Saint Amour: Na Rota do Vinho” é menos radical em sua forma e narrativa, mas Delépine e Kervern não estão necessariamente convencionais. Na premissa, Jean (Gérard Depardieu) está acompanhado pelo filho quarentão Bruno (Benoît Poelvoorde) para traçarem a rota do vinho na França. Com eles, acaba se enturmando Mike (Vincent Lacoste, de “Hipócrates”), um taxista.
Muito mais do que o velho relacionamento pai e filho sendo desnudado dentro da moldura de um road movie, “Saint Amour: Na Rota do Vinho” dá o protagonismo a Bruno justamente por apresentar um (des)controle emocional por vezes juvenil, consequência de seus insucessos no amor.
Entre noites mal dormidas e o encontro com outros personagens pitorescos, os realizadores e também roteiristas surpreendem no encontro de alguma sensibilidade em homens brutos, culminando em um clímax de relações sexuais explícitas na exibição das fragilidades desses três homens. Algo pouco recorrente em registros masculinos mais preparados para expôr a virilidade dos homens do que o extremo oposto.
Data:
Filme:
Saint Amour: Na Rota do Vinho
Avaliação:
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